O Equívoco Sobre a Empatia e a Ignorância de Julgar
Vivemos tempos em que a empatia é confundida com fraqueza, e a preocupação com o outro é vista como perda de tempo. A humanidade, em sua pressa e superficialidade, se tornou especialista em julgar sem compreender, em apontar sem olhar para dentro.
Muitos acreditam que demonstrar sensibilidade é sinal de fragilidade. No entanto, é exatamente o contrário: ser empático exige coragem. Coragem para se colocar no lugar do outro, para sentir a dor alheia, para ouvir sem julgar. É mais fácil zombar do que acolher, mais cômodo criticar do que estender a mão.
Outro grande erro humano é justificar os comportamentos destrutivos dos outros pela “falta de inteligência”. Como se a inteligência fosse a única medida de valor, como se ela absolvesse a maldade, a crueldade, o egoísmo. Esquecem que muitos atos ruins não vêm da ignorância, mas da escolha consciente de ser indiferente, de manter-se cego ao sofrimento alheio.
E assim seguimos, uma sociedade que tapa os olhos para seus próprios defeitos, mas nunca deixa de apontar os dos outros. Uma humanidade que precisa, urgentemente, reaprender a olhar para o próprio umbigo antes de sentenciar o próximo.
Empatia não é fraqueza. É força. Preocupação com o outro não é perda de tempo. É humanidade. E julgar sem autocrítica... isso sim, é o verdadeiro sinal de ignorância.
Sandro César Roberto