quarta-feira, 25 de junho de 2025

Sua culpa,minha virtude!


O Equívoco Sobre a Empatia e a Ignorância de Julgar

Vivemos tempos em que a empatia é confundida com fraqueza, e a preocupação com o outro é vista como perda de tempo. A humanidade, em sua pressa e superficialidade, se tornou especialista em julgar sem compreender, em apontar sem olhar para dentro.

Muitos acreditam que demonstrar sensibilidade é sinal de fragilidade. No entanto, é exatamente o contrário: ser empático exige coragem. Coragem para se colocar no lugar do outro, para sentir a dor alheia, para ouvir sem julgar. É mais fácil zombar do que acolher, mais cômodo criticar do que estender a mão.

Outro grande erro humano é justificar os comportamentos destrutivos dos outros pela “falta de inteligência”. Como se a inteligência fosse a única medida de valor, como se ela absolvesse a maldade, a crueldade, o egoísmo. Esquecem que muitos atos ruins não vêm da ignorância, mas da escolha consciente de ser indiferente, de manter-se cego ao sofrimento alheio.

E assim seguimos, uma sociedade que tapa os olhos para seus próprios defeitos, mas nunca deixa de apontar os dos outros. Uma humanidade que precisa, urgentemente, reaprender a olhar para o próprio umbigo antes de sentenciar o próximo.

Empatia não é fraqueza. É força. Preocupação com o outro não é perda de tempo. É humanidade. E julgar sem autocrítica... isso sim, é o verdadeiro sinal de ignorância.

Sandro César Roberto 

terça-feira, 24 de junho de 2025

Morte na Trilha

Juliana Marins: uma vida interrompida e a montanha que calou o Brasil

Juliana Marins era mais do que uma turista brasileira em busca de aventura. Ela era filha, amiga, mulher sonhadora, alguém que atravessava o mundo com brilho nos olhos e coragem no coração. No entanto, o destino a levou até as encostas de um vulcão — e de lá, ela não voltou viva.

Caiu em um dos abismos mais cruéis da natureza, mas não foi a fúria da montanha o maior obstáculo. Foi a negligência humana. O tempo corria, e cada minuto poderia ser decisivo. Mas a resposta das autoridades locais foi lenta, burocrática, ineficiente. Em tempos em que drones cruzam os céus e satélites monitoram cada passo da Terra, a ausência de recursos tecnológicos, de protocolos de emergência eficazes e de uma resposta à altura da vida humana foi um golpe tão duro quanto o acidente em si.

O guia — aquele que deveria zelar pela segurança, orientar, proteger — mostrou-se despreparado, talvez até irresponsável. Erros humanos somados à falta de fiscalização e preparo transformaram uma aventura em tragédia.

E enquanto o poder público titubeava, foram os alpinistas voluntários — homens e mulheres de coragem silenciosa — que mostraram ao mundo o verdadeiro valor da empatia. Sem amparo, com poucos recursos, enfrentaram o frio, o risco, o desespero. Foram eles que desceram, vasculharam, desafiaram as pedras e a fumaça do vulcão em busca de Juliana. E embora a tenham encontrado já sem vida, foram eles que a trouxeram de volta. Foram eles que não permitiram que ela ficasse sozinha nas profundezas da terra.

O Brasil chora Juliana. Chora não só por sua morte trágica, mas pela sensação de impotência. Pela falta de preparo. Pelo abandono. E ao mesmo tempo, aplaude de pé os heróis sem farda, que não buscaram glória nem aplausos — apenas humanidade.

Que a história de Juliana Marins não seja enterrada com ela. Que sirva de alerta, de clamor por mudança. Para que nenhuma outra vida seja interrompida por causa da inoperância, do descaso e da ausência de ação quando o tempo é tudo o que se tem.

Juliana agora descansa. Mas sua história precisa continuar viva.

Sandro César Roberto 


segunda-feira, 23 de junho de 2025

Pessoa Ruin ou Boa


Como Reconhecer uma Pessoa Má em 5 Minutos, Segundo a Psicologia (Com um Importante Alerta: Ninguém é Perfeito)

A psicologia não define “pessoa má” de forma absoluta, mas aponta traços comportamentais que podem indicar uma tendência à manipulação, crueldade emocional ou ausência de empatia. É importante lembrar que todos nós temos falhas, momentos difíceis e contradições. Porém, observar certos sinais pode nos ajudar a nos proteger de relações tóxicas e prejudiciais.

1. Falta de empatia imediata
Pessoas com pouca ou nenhuma empatia costumam não reagir com sensibilidade diante de uma dor alheia. Faça um comentário sobre algo difícil (uma perda, uma injustiça, uma situação vulnerável). Se a pessoa responder com indiferença, sarcasmo ou desdém, esse pode ser um sinal de frieza emocional ou até traços narcisistas.

2. Disfarces de superioridade
Em uma conversa rápida, pessoas com traços tóxicos frequentemente tentam se colocar acima dos outros: seja rebaixando alguém que não está presente, se vangloriando exageradamente ou tentando parecer intelectualmente superior. Isso pode indicar necessidade de controle e ego inflado.

3. Sorrisos falsos e olhar desconectado
Estudos apontam que pessoas manipuladoras usam o sorriso como estratégia social, mas o sorriso não se reflete nos olhos. Observe se o olhar parece “vazio”, desconectado ou forçado. O corpo muitas vezes revela o que a fala tenta esconder.

4. Foco nos próprios interesses
Quando a conversa gira em torno da outra pessoa, e ela não demonstra interesse genuíno pelo que você diz, muda de assunto bruscamente ou volta o foco para si, isso pode sinalizar traços egoístas e egocêntricos — características comuns em pessoas manipuladoras.

5. Microagressões e ironias disfarçadas
Pessoas com más intenções tendem a fazer comentários sutis que desvalorizam o outro: piadas cruéis, ironias sobre a aparência ou inteligência, tudo com um sorriso cínico ou frase como “tô brincando, você é muito sensível”. Essa é uma forma de dominação silenciosa.


---

Um Aviso Importante

Ninguém é perfeito. Todos temos momentos ruins e podemos errar em palavras ou atitudes. A diferença está na intenção, na frequência e na ausência de arrependimento. O olhar da psicologia nos ajuda a desenvolver filtros — não para julgar, mas para nos proteger.

Sandro César Roberto 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Pedófilia Médica


CUIDADO E VIGILÂNCIA: A PROTEÇÃO INFANTIL DEVE SER CONSTANTE

A infância é uma fase de descobertas, vulnerabilidades e confiança. Nela, a criança confia plenamente nos adultos — pais, professores, profissionais da saúde — esperando acolhimento, segurança e cuidado. Justamente por essa entrega inocente, é fundamental que nós, como sociedade, pais e responsáveis, exerçamos vigilância constante, mesmo em ambientes que, a princípio, inspiram confiança, como consultórios médicos, visitas domiciliares e atendimentos especializados.

Infelizmente, casos como os que envolvem abusos sexuais por parte de figuras públicas ou profissionais de saúde revelam a necessidade de um olhar mais atento e firme. A autoridade e o prestígio social de tais pessoas muitas vezes fazem com que suspeitas sejam ignoradas ou que as vítimas sintam vergonha ou medo de falar.

A VISÃO PSICOLÓGICA DOS TRAUMAS

O abuso sexual na infância é uma das experiências mais devastadoras para o desenvolvimento emocional e psíquico de uma criança. Quando isso ocorre, especialmente vindo de alguém em quem se confiava, instala-se um trauma profundo que pode perdurar por toda a vida.

Na visão psicológica, o impacto pode se manifestar de várias formas:

Ansiedade e depressão;

Dificuldades de relacionamento e confiança;

Transtornos de identidade e autoestima;

Automutilação, comportamento autodestrutivo ou isolamento social;

Culpa e vergonha injustificadas;

Problemas escolares e de aprendizado.


O cérebro infantil, ainda em formação, interpreta o abuso como uma violação de tudo o que é seguro. Isso pode gerar bloqueios emocionais severos e dificuldades em reconhecer limites e construir vínculos saudáveis no futuro.

A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA E DO ACOLHIMENTO

Crianças devem ser constantemente orientadas sobre seus corpos, sobre o que é certo ou errado, e principalmente incentivadas a falar. O acolhimento sem julgamentos é a chave para que elas sintam segurança em relatar qualquer desconforto. Uma escuta atenta e sem imposições pode salvar uma vida.

PROTEÇÃO COMEÇA EM CASA, MAS DEVE SE ESTENDER POR TODA A REDE DE APOIO

Os pais devem estar presentes nas consultas médicas, observar mudanças de comportamento e manter um diálogo aberto com seus filhos. Mas essa responsabilidade também deve ser compartilhada com escolas, conselhos tutelares, instituições de saúde e toda a sociedade.

O abuso sexual é um crime cruel que destrói vidas em silêncio. Prevenir é dever de todos nós. A vigilância não é exagero — é amor em forma de proteção.

Sandro César Roberto 
Psicanalista/ psicólogo 


Feminismo x felicidade

Feminismo x Felicidade: “Liberdade ou cobrança?” O feminismo trouxe conquistas históricas, mas também gerou novos impasses. Muitas mulheres ...