O envolvimento de meninas com a criminalidade é um fenômeno que reflete não apenas questões sociais e econômicas, mas também traumas emocionais, negligência e a busca por pertencimento. Muitas vezes, essas jovens são atraídas por promessas de poder, proteção ou aceitação em contextos marcados por violência e exclusão. No entanto, ao mergulharem nesse universo, enfrentam uma realidade de desumanização, exploração e a destruição de seus sonhos e subjetividades.
Na luz da psicologia, o impacto desse envolvimento é devastador. Meninas que entram na criminalidade geralmente têm sua autoestima e identidade fragilizadas. Elas vivenciam situações traumáticas, como abusos, violência e a constante ameaça de prisão ou morte, que deixam marcas profundas em sua psique. Essa trajetória rompe com suas possibilidades de futuro, dificultando o acesso à educação, ao trabalho e à construção de uma vida digna.
Além disso, o envolvimento no crime desumaniza essas jovens, levando a uma ruptura com sua subjetividade. Em vez de serem vistas como pessoas com potencial, passam a ser estigmatizadas pela sociedade, o que agrava a exclusão social e dificulta a reinserção.
O papel da psicologia é fundamental para reverter esse quadro. Por meio de um olhar empático e livre de julgamentos, é possível trabalhar o resgate da identidade dessas meninas, ajudando-as a compreender suas escolhas e a reconstruir seus projetos de vida. Além disso, o apoio psicológico às famílias é essencial para restaurar vínculos e criar redes de apoio que possam oferecer alternativas ao caminho da criminalidade.
Investir na prevenção, com políticas públicas que fortaleçam a educação, a cultura e o acesso a oportunidades, é tão importante quanto acolher aquelas que já vivenciaram esse ciclo. Na essência, é sobre devolver a essas jovens a possibilidade de sonhar e de construir uma vida baseada no respeito e na dignidade.
Sandro César Roberto
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