quarta-feira, 2 de abril de 2025


 


O Preconceito Velado: A Face Oculta da Intolerância

O preconceito não precisa ser escancarado para ser real. Ele pode estar nos olhares desviados, nas oportunidades negadas, nos comentários aparentemente inofensivos, mas carregados de julgamento. Pode ser contra negros, homossexuais ou qualquer pessoa que adote uma ideologia política diferente da maioria. O alvo pode mudar, mas o mecanismo da intolerância é sempre o mesmo: a recusa em aceitar o outro como ele é.

Há quem acredite que o preconceito desapareceu, que vivemos em uma sociedade mais justa e inclusiva. Mas o que realmente aconteceu foi uma mudança de estratégia: o preconceito não grita mais, sussurra. Ele se esconde atrás de discursos de “opinião pessoal”, de “liberdade de expressão” e até mesmo de políticas que, sob a máscara da neutralidade, perpetuam desigualdades.

O racismo, por exemplo, não é só aquele que xinga na rua, mas também o que nega um emprego sob justificativas vagas. A homofobia não se limita à agressão física, mas também à piada dita em tom de “brincadeira” que reforça estereótipos e inferioriza. O preconceito ideológico não se manifesta apenas no ataque aberto, mas na deslegitimação sistemática de quem pensa diferente, tornando qualquer divergência uma guerra de aniquilação.

Diante disso, o que fazer? O silêncio não é opção. Cabe a nós nos movimentarmos, cobrarmos mudanças – seja no campo cultural, educacional ou criminal. Se a cultura propaga intolerância, deve ser transformada. Se a lei ainda protege o preconceituoso, deve ser revisada. Se a sociedade segue normalizando a exclusão, deve ser confrontada.

O respeito ao outro não é uma concessão, é um dever. E só a ação consciente pode quebrar as correntes de um preconceito que insiste em mudar de forma, mas nunca de essência.

Sandro César Roberto
Psicologo/Psicanalista 

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