Fé à Venda: Frivolidades Religiosas e o Vazio da Alma
Na era do espetáculo, até a fé virou produto. Igrejas — sejam católicas, evangélicas, protestantes ou ortodoxas — muitas vezes cedem à sedução do amealhamento de multidões, não pela salvação, mas pelo retorno financeiro. Palcos substituíram altares. Pastores e padres se transformaram em influenciadores. E a mensagem que liberta deu lugar ao discurso que agrada.
Sob a lente da psicanálise, observamos um sujeito fragmentado, faminto de sentido e identidade, sendo capturado por promessas imediatistas de bênçãos e prosperidade. O sagrado é banalizado, transformado em moeda de troca. A religião, que deveria acolher o sofrimento humano, muitas vezes o explora, alimentando o narcisismo coletivo e reprimindo o verdadeiro encontro com o eu profundo e com o divino.
Enquanto isso, o Islã cresce. Sua expansão se dá muitas vezes sobre o terreno fértil deixado por religiões ocidentais que perderam sua autenticidade. Há disciplina, identidade, comunidade — elementos que ressoam no inconsciente de milhões. Mas esse crescimento também traz consequências: o confronto cultural, o medo do extremismo e o choque entre tradições religiosas e direitos civis em sociedades pluralistas.
Estamos diante de um alerta. Quando a fé se afasta da verdade e se entrega à frivolidade, o preço é alto: uma humanidade perdida, carente de sentido e à deriva espiritual. A religião que deveria curar, adoece. E o que deveria libertar, aprisiona.
Sandro César Roberto
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